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Religião nas Empresas
Religião nas Empresas

Assunto delicado. Todos nós já escutamos falar que Política, Religião e Futebol não se discute e partindo do princípio que convivemos mais com nossos colegas de trabalho do que com nossa própria família, devemos seguir esse conselho. Manter um ambiente de trabalho agradável é fundamental para nosso desenvolvimento pessoal e profissional também, e para que isso seja possível, é fundamental respeitar as diferenças, sejam elas de raça, classe social, preferências sexuais e religiosas. Tentar convencer alguém num ambiente de trabalho a mudar de religião pode ser algo muito perigoso, pois pode tomar dimensões incalculáveis. Cada pessoa tem o livre arbítrio de escolher sua crença religiosa e cabe a cada um respeitar essa individualidade inclusive aos chefes, gerentes e diretores.

Cabe ao RH deixar isso bem claro no ato da contratação para que todos tomem conhecimento dessa regra e analisem se estão de acordo com essa condição ou não. Antecipando-se aos fatos, pode-se evitar problemas.

Veja o que diz Maria Carolina Nomura ( Matéria do site https://economia.ig.com.br

"Ninguém discute que a liberdade religiosa é um direito constitucional. Contudo, quando a questão é abordada no ambiente de trabalho, problemas podem surgir, na avaliação de Hédio Silva Jr., presidente da Comissão de Direitos e Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). Há um aumento do número de julgados que revelam que a temática da diversidade é um problema crescente no país, diz. Entre os principais atritos envolvendo religião e trabalho estão, por um lado, os de pessoas que se sentem ofendidas pela conduta da empresa quando não permite que folguem em dias especiais para sua religião que não sejam feriados nacionais. Por outro lado, as desavenças que ocorrem em relação a colegas que se sentem constrangidos quando abordados insistentemente por pessoas muito religiosas. É uma linha tênue, afirma Hédio. No entanto, o advogado é categórico em afirmar que local de trabalho não é lugar para pregação religiosa – nem por parte da empresa e nem do empregado. Sensatez e equilíbrio são as palavras-chave. O que não se pode é coagir a pessoa, ter uma abordagem desrespeitosa, constrangedora. Preconceito - De acordo com o Centro Tanenbaum para o Entendimento Inter-Religioso (www.tanenbaum.org, em inglês), apenas 4% das organizações norte-americanas têm uma política expressa sobre como tratar o tema religião no ambiente de trabalho. Segundo a sua fundadora, Georgette Bennett, após os ataques de 11 de Setembro nos Estados Unidos, as organizações perceberam que estavam negligenciando a questão da religião no trabalho. Uma pesquisa de caráter exploratório feita pelo instituto constatou que 66% dos entrevistados foram vítimas de preconceito ou testemunharam alguém ser discriminado por causa da religião; 50% afirmaram que sua produtividade diminuiu de alguma forma por esse motivo e 45% pensaram em largar o emprego. Já 80% sofreram em silêncio sem reportar o estresse para seus superiores. Entre as religiões mais discriminadas, segundo o instituto, estavam o islamismo, o hinduísmo e o budismo. Islã - Para o Sheikh Jihad Hammadeh, vice-presidente da Assembleia Mundial da Juventude Islâmica América Latina – Brasil (www.wamy.org.br) e presidente do Conselho de Ética da União Nacional Islâmica, o preconceito contra muçulmanos é recorrente no ambiente de trabalho, principalmente por causa do estereótipo. Para os homens, a discriminação acontece com brincadeiras do tipo: você é terrorista, e aí, vai se explodir? E contra mulheres, por causa do véu, enumera. Hammadeh afirma que a orientação dos seguidores do islã é divulgar para todas as pessoas a religião, mas com bom senso. Se eu tenho algo bom, tenho que dividir com o próximo. Limites - No entanto, se a divulgação da crença ocorrer no ambiente de trabalho e de maneira insistente também poderá constranger ou incomodar os colegas. Na avaliação de Fabiana Queiroz de Souza, consultora da DQueiroz, ninguém tem a tem obrigação de escutar os preceitos religiosos de outras pessoas. Esse empregado pode ser visto como uma pessoa chata, fanática, da qual todo mundo vai fugir. E isso não é discriminação porque ambiente de trabalho não é lugar de pregação, crava. Mas não são apenas os empregados que devem se conter. Segundo Fabiana, há empresas que seguem uma determinada religião e induzem os funcionários a aderirem a ela, na contrapartida de subirem na carreira. A discriminação ocorre se o recrutador pergunta na entrevista qual é a religião dessa pessoa. Isso é tão ofensivo quanto perguntar qual é a opção sexual., diz Fabiana Equilíbrio - Para Jane Souza, consultora de recursos humanos do Grupo Soma, a solução para a questão religiosa no trabalho é a conversa franca entre o empregado e a empresa. A pessoa que precisar folgar em um dia religioso que não é o do calendário nacional, por exemplo, tem que conversar claramente com o chefe, para que, juntos, cheguem a um acordo. Pode haver uma forma de compensação para a ausência do empregado naquele período, diz."